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Técnicas de memorização que realmente funcionam para concurseiros

Estudar para concursos públicos exige muito mais do que força de vontade: exige estratégia. E, entre todas as habilidades necessárias, a memorização é uma das mais importantes. São muitas leis, muitas regras, muitos artigos, muitos detalhes — e não é raro que o estudante se sinta sobrecarregado.
A boa notícia é que existem técnicas de memorização cientificamente comprovadas que facilitam o aprendizado e tornam o processo mais eficiente. Neste artigo, você vai conhecer métodos práticos para aplicar no dia a dia e melhorar significativamente sua retenção de conteúdo.

Por que a memorização é tão difícil?

O cérebro humano não foi feito para decorar grandes volumes de informação sem contexto. Ele memoriza melhor aquilo que faz sentido, que se repete, que está associado a emoções, imagens ou experiências anteriores.
O problema é que grande parte dos conteúdos de concursos — como artigos de lei ou normas administrativas — não trazem conexão emocional, então o cérebro não prioriza essa informação.
Por isso, é essencial usar técnicas que “enganam” o cérebro, criando associações, repetição e estímulos que fortalecem a retenção.

Método da repetição espaçada

A repetição espaçada é uma técnica poderosa baseada em revisar o conteúdo em intervalos planejados.
Em vez de estudar tudo de uma vez e nunca mais voltar ao assunto, você revisa no seguinte padrão:

  • 1ª revisão: no dia seguinte
  • 2ª revisão: após 7 dias
  • 3ª revisão: após 30 dias
  • Revisões adicionais: conforme necessidade

Esse ciclo reforça o conhecimento no cérebro e evita o esquecimento natural.
Ferramentas como Anki, Quizlet ou aplicativos de flashcards ajudam muito nesse processo.

Memorização ativa (active recall)

A memorização ativa é considerada uma das técnicas mais eficientes do mundo. Em vez de apenas ler ou sublinhar o conteúdo, você tenta lembrar da informação sem consultá-la.
Por exemplo:

  • Feche o caderno e tente explicar o assunto em voz alta.
  • Responda questões sem olhar a teoria antes.
  • Escreva o que lembrar em uma folha em branco.

Essa técnica obriga o cérebro a trabalhar mais, criando conexões fortes e duradouras.

Técnica Feynman para explicar o conteúdo

Muito usada por estudantes de alto desempenho, essa técnica consiste em explicar para outra pessoa (ou para si mesmo) o conteúdo de forma simples, como se estivesse ensinando.
Se você consegue explicar, realmente aprendeu.
Se trava, esquece ou se perde, significa que precisa reforçar esse ponto.
É um método que revela falhas no aprendizado e ajuda na memorização profunda.

Mapas mentais estratégicos

Mapas mentais são ótimos para visualizar conteúdos amplos de forma organizada. Funcionam especialmente bem para:

  • Direito Constitucional
  • Direito Administrativo
  • Atos administrativos
  • Estruturas hierárquicas

O objetivo do mapa mental não é decorar literalmente, mas sim criar um “panorama visual” do conteúdo.
Quanto mais você cria relacionamentos entre tópicos, mais fácil será lembrar durante a prova.

Associação de ideias

A técnica de associação transforma conteúdos abstratos em ideias familiares ao cérebro.
Por exemplo, para decorar artigos de lei, você pode criar histórias, imagens mentais ou metáforas que façam sentido para você.
Pode parecer estranho no início, mas essa personalização aumenta muito a retenção.

Técnica dos 20-20-20 (redução da fadiga mental)

Fadiga prejudica a memorização. A técnica 20-20-20 funciona assim:

  • 20 minutos de estudo
  • 20 segundos olhando para algo distante
  • 20 segundos de respiração profunda

Esses microintervalos evitam a sobrecarga cognitiva e aumentam a capacidade de lembrar o que estudou.

Flashcards: memorização rápida e eficiente

Flashcards são cartões com perguntas na frente e respostas atrás.
Eles reforçam o aprendizado através de memorização ativa e repetição espaçada — duas técnicas extremamente eficientes quando combinadas.
O ideal é usar flashcards para:

  • Leis secas
  • Fórmulas
  • Conceitos
  • Palavras-chave

Estudos mostram que revisar flashcards diariamente aumenta drasticamente a precisão na hora da prova.

Revisão de 24 horas após o estudo

A revisão no dia seguinte é essencial. Isso consolida as informações no cérebro e reduz o esquecimento em até 80%.
Uma revisão simples — de 15 a 20 minutos — já é suficiente para fortalecer o que foi aprendido no dia anterior.

Resolver questões para fixar conteúdos

Resolver questões é uma forma poderosa de memorização por dois motivos:

  1. Você treina a memorização ativa;
  2. Você aprende como o assunto aparece na prova.

Ao errar uma questão, você lembra muito mais da informação correta do que apenas lendo a teoria.

Método “estude menos, revise mais”

Muitos concurseiros acreditam que aprender algo novo é mais importante do que revisar.
Mas o processo correto é o contrário: revisar garante que você realmente memorize.
De nada adianta estudar assuntos novos e esquecer os anteriores.
A chave está no equilíbrio:

  • 60% revisão + questões
  • 40% estudo novo

Assim, o conhecimento se acumula e você progride de forma consistente.

A memorização é treinável

Memorizar não é talento — é treino.
Quanto mais você utiliza técnicas como repetição espaçada, memorização ativa e mapas mentais, mais rápido e fácil seu cérebro aprende.
Com o tempo, você perceberá que está decorando leis, entendendo conteúdos complexos e lembrando-se de detalhes importantes com muito mais naturalidade.